sábado, 13 de junho de 2009

POEMA PARA A MODERNIDADE

Se quiseres abuso teu uso
Tua flor sem cheiro
Nem jasmim
Nem resedá.
Faço do teu querer uma realidade
e possesso consumo teu ar.
Se quiseres maldigo o que digo
num instante meu Punk e violento como a juventude.
Estupido desprezo o que me envolve
e vivo assim furioso sobrevivendo antes do ponto final.
Mas para o teu encanto ou desprezo
a poesia não é o que aparece, mas o que se esconde.
E no lugar de flores ou amores
eu grito cinico e pixo tosco sobre o cal :

- FEZES!!!!!!!!!!!!!

A QUEM POSSA INTERESSAR

As vezes me sinto perdido

Me sinto achado
Me sinto falido
Me sinto falhado
Me sinto ferido
Me sinto sangrado
Me sinto ofendido.

Eu me sinto, outras pressinto.

Que sou pedra
Que sou bicho
Que sou santo
Que sou lixo
Que sou nada
Que sou isso.

As vezes sinto que simplesmente EU existo.

SECAS

Velhas
Vergam
Calejadas
Pelas estradas
Cedem
Secas
Como cercas velhas
E canta um pássaro agourento
Choro trístissimo de antigas datas.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

DENTRO DO COPO

Dentro deste copo se esconde
um gosto amargo que me atiça.

Deita em suas bordas uma lua que não brilha
fadas e bichos de meus sonhos tortos.

Minha melancolia está guardada no copo
e um sorriso que me disfarça sem graça.

Bóia no líquido do copo um rio me afunda
e defuntos que me abraçam com flores de enterro.

Cabe na solidão do copo
a lembrança o medo e o desejo.

Reside na água triste deste copo que me absolve
um relógio que devora o tempo.

Ele dispara e arrasta a vida para o fundo do copo.

DESEJO MAIS LOUCO

DESEJO MAIS LOUCO


O coração tem desejos que a alma condena
Por isso não basta apenas dissolver um sonrisal
- e libertar a dor de um domingo que se arrasta tediosamente.
A saudade te assedia, o passado te cerca
- e a lembrança serena dela te chama no quintal.
Deixe então meu Augusto poeta:
Que eles plantem flores tristes sobre a solidão do cimento
Permita que os senhores espalhem o deserto...

Mas no silêncio do ato final de nossas vidas
Nós brindaremos loucos santos e belos
Entre punks baratas e escorpiões.